Código da desinteligência?

A leitura de O código da inteligência, de Augusto Cury, esse grande humanista esnobado por muitos intelectualóides brasileiros, ajuda a entender a razão do autoritarismo da escola pública no Brasil. Ela é, sim, autoritária de norte a sul do país, salvo raríssimas exceções que confirmam a regra, e de nada adianta insistir em criticar o sistema, sem tentar compreender o que de fato existe na base desse autoritarismo.

Já trazemos aqui inúmeros casos em que diretores, coordenadores "pedagógicos", professores e outros funcionários esbanjam seus títulos de estudo para calarem a boca de pais e alunos que questionam certas condutas inadequadas de sua parte. Outros casos, mais graves, mostram essas "autoridades" apelando para a agressão verbal e a humilhação, como você já viu aqui, aqui e aqui

Sem querermos justificar esse tipo de atitudes por parte de profissionais pagos para realizar um trabalho que se deseja construtivo dentro do sistema educacional, trazemos trechos do livro que ajudam a esclarecer os motivos de tanta arrogância:

Nas relações desiguais, o vírus do orgulho contagia em frações de segundos o cérebro daquele que se considera superior, levando-o a silenciar a voz do que está em uma posição inferior. Quem usa a relação de poder para impor suas ideias não é digno do poder de que está investido.

Quantos professores não cometeram acidentes na formação da personalidade dos seus alunos, ainda que sem o perceber, porque nunca tiveram coragem de pedir desculpas quando levantaram a voz desnecessariamente ou julgaram precipitadamente?

Certa vez, um professor fez um aluno repetir várias vezes uma palavra que não conseguia articular diante de seus colegas, até acertar. Quanto mais tentava, mais errava, até que começou a chorar e o professor se arrefeceu. Poucos segundos pautam uma história. Sua atitude desastrosa aprisionou esse jovem aluno no lugar que deveria ser espontâneo e livre. O resultado? Nunca mais, mesmo quando adulto, conseguiu falar em grupo. Ao tentar se expressar, tinha falta de ar, excesso de suor, seu coração parecia que ia sair pela boca. Seu cérebro o preparava para fugir do monstro do vexame, da humilhação,  cravado em sua psique.

De O código da inteligência, de Augusto Cury
Trechos do capítulo 8 - Terceira armadilha da mente humana: o medo de reconhecer os erros.

Nunca tivemos o prazer de ver pais e alunos receberem um pedido de desculpas de algum profissional da educação, até mesmo quando seu erro foi comprovado e ele se viu obrigado a repará-lo. Nesses casos, aliás, parece que o "vírus do orgulho" ataca até com mais vigor,  por exemplo, quando uma diretora de escola foi obrigada a reintegrar uma aluna expulsa injustamente e tentou se vingar dela arrastando-a para o tribunal, veja clicando aqui

Aparentemente, a maioria dos profissionais da educação, no Brasil, segue o código da "desinteligência". Está na hora de todos lerem e meditarem sobre o livro de Augusto Cury, um dos autores brasileiros mais publicados e lidos do mundo, por isso mesmo alvo de inveja e esnobado pela academia tupiniquim.

Comentários

Neuzimar Campos disse…
Boa noite, Gustavo!
Acadei de assistir o seu mais novo quadro sobre a educação no fantástico e estou aqui para te acompanhar via seu blog.
Sucesso nesse trabalho!
Neuzimar Campos
Neuzimar Campos disse…
Gustavo parabéns pelo mais novo quadro no Fantastico!
Giulia disse…
Olá, Neuzimar! Também gostamos muito do Gustavo Ioschpe e acompanhamos atentamente seus passos, mas este não é o blog dele, embora tenhamos publicado diversos posts mencionando seu trabalho. Ele costuma escrever na Veja e de vez em quando publicam seus artigos também na Veja.com, mas é raro. Encaminhamos seu elogio para ele via twitter, você pode também entrar em contato direto: @gioschpe. Um abraço!
Anônimo disse…
A senhora só lê livreco de auto-ajuda?
Giulia disse…
Anônimo, estava esperando um comentário como o seu... E é claro que tinha que ser anônimo. Para seu governo, não se trata de um "livreco de autoajuda", embora seja essa a opinião da maioria dos intelectuais a respeito das obras de Augusto Cury. Eu mesma relutei muito tempo para pegar esse livro na mão, folheá-lo e já no índice entender que se trata de um livro de ciência aplicada, coisa que certamente você não sabe o que é. E você, o que lê?
Giulia disse…
Ah, esqueci de dizer: a opinião de quem critica esse livro é a de quem... não leu. Se alguém achar que a linguagem é "muito simples" para sua "vasta cultura", basta procurar na vasta literatura do autor textos mais "acadêmicos".