A escola tabu nº 56 - Mergulhar as mãos na lama


Gustavo Ioschpe sugere a leitura do artigo Como melhorar a educação?, do ilustre catedrático Naércio Menezes Filho. Lemos com atenção e vamos comentá-lo dentro da nossa ótica de pais de alunos da rede pública de ensino:

Mesmo acreditando que o professor brasileiro se disponha a aceitar um feedback do seu trabalho (99% se recusam...), os diretores de escola, na maioria indicados e cuja função principal é "esperar a aposentadoria", dificilmente se indispõem com ele, sob pena de serem vítimas de manobras como a que rendeu a injusta demissão das excelentes e dedicadas diretoras das escolas estaduais Lucas Roschel Rasquinho e Joaquim Álvares Cruz, ambas localizadas na extrema periferia sul de São Paulo: leia clicando aqui essa história sórdida.

Aliás, este assunto está fervilhando, pois os mesmos "docentes" que conseguiram afastar as diretoras acima acabam de fazer a terceira vítima: a diretora da escola Prisciliana Duarte de Almeida, localizada na mesma região. Já em julho do ano passado alertamos a Secretaria da Educação sobre essa possibilidade, já que a "banda podre" da região, formada por profissionais relapsos e politiqueiros, tornara a reinar nas duas escolas vizinhas e ficara totalmente à vontade para boicotar o trabalho da diretora da EE Prisciliana, competente e principalmente compromissada com os alunos da escola. Leia o post que publicamos no dia 17/07/2011: A corja ataca novamente na DE Sul 3

O recado foi dado, mas a Secretaria da Educação desconsiderou o nosso alerta e então aconteceu o pior: sentindo dificuldade em derrubar a diretora, que até o fim ficou firme em suas cobranças de assiduidade, pontualidade e qualidade no trabalho, os profissionais e a vice-diretora instigaram os alunos ao vandalismo, até a escola ficar quase destruída. Sobrou para a diretora, que foi afastada por "má gestão"!

Então, hoje, essas três escolas da DE Sul 3 estão nas mãos da banda podre da "educação"! O problema não é a periferia nem a falta de verbas, mas o mau corporativismo de uma corja que não admite ser cobrada por diretores competentes e compromissados com o aluno. Mas a questão não é tão simples assim. Tamanha degradação só foi possível graças ao descaso e à conivência do dirigente da DE Sul 3, por nós alertado desde maio de 2008 sobre a gravidade da situação dessas escolas!!! 

Como não poderia ser diferente, a nota IDESP (de 1 a 10) das três escolas para o ensino médio é a seguinte:

EE Lucas Roschel Rasquinho                      IDESP 2011: 1,16                     
EE Joaquim Álvares Cruz                           IDESP 2011: 1,56
EE Prisciliana Duarte de Almeida               IDESP 2011: 1,10

Infelizmente, os formadores de opinião deste país têm seus filhos estudando na rede particular (que não é grande coisa melhor, porém, no mínimo, costuma dispensar os maus profissionais!), assim não fazem ideia da perversidade do sistema. Não será uma política educacional mais eficiente e com mais verbas a resolver a problemática do ensino público. A sociedade precisa ter a vontade e a coragem de   mergulhar as mãos nessa lama!

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