Os inimigos da escola

Este blog vai contra corrente. Enquanto o Brasil inteiro fala da necessidade de melhorar a qualidade da educação, nós insistimos cada vez mais que esse é o menor problema. E diariamente recebemos mensagens que confirmam nosso ponto de vista. É por isso que fazemos sempre questão de reproduzir essas mensagens no original, sem identificar os remetentes até os problemas serem resolvidos, a fim de evitar perseguições e represálias. Pois esses são os maiores problemas do ensino público básico no Brasil: o preconceito e o desprezo pelo aluno e pela família, a falta de compromisso com as novas gerações e, consequentemente, com o próprio progresso do país. Programas como "Amigos da escola" e iniciativas de ongs que atuam paralelamente à escola são cortinas de fumaça que impedem de enxergar os inimigos da escola: esses que estão enfronhados nela, despejando seu ódio, má vontade, mau humor e frustração sobre os alunos e suas famílias. Infelizmente são muitos e intocáveis, após tantas campanhas na mídia, orquestradas pela assessoria de imprensa dos sindicatos da "educação", tentando e conseguindo fazer a caveira do aluno, esse "pivete", esse mal agradecido pela esmola de uma vaga na escola. Leia a mensagem que acabamos de receber e aproveite para reler todo o caso anterior, com as mensagens recebidas pela mãe do aluno expulso. Você vai ver que o discurso da escola é sempre o mesmo, tentando culpar o aluno e a família por todos os problemas, sem se preocupar em buscar quaisquer soluções. O estilo das duas mães é muito diferente, mas a atitude das duas escolas é exatamente a mesma. Orientamos essa mãe a procurar a Diretoria de Ensino e pedir a reconsideração do caso, pois ela nem sequer recebeu qualquer informação por escrito sobre a pontuação do filho, que resultou em retenção decretada pelo hoje famoso (graças ao programa Fantástico, que não explicou do que se trata, mas referendou o nome) Conselho de Classe.

Meu filho estudou toda sua vida em escola particular, só que no final do ano de 2011, mais precisamente em setembro, mudou para uma estadual, pois estava com dificuldade de acompanhar o ensino de sua atual escola. Ele sempre havia estudado em outra escola particular que nāo era tāo rigída quanto essa última, infelizmente tão rigída que meu filho acabou sentindo enormes dificuldades e tive que transferi-lo para uma outra. Como faltavam 3 meses para o final do ano, se o transferisse para uma outra escola particular eu teria que comprar uniforme e materiais tudo de novo, resolvi o matricular em uma estadual mesmo. 

Logo no começo ele sentiu que os professores demonstraram um certo preconceito, ou um conceito errado sobre meu filho. A professora de história mesmo perguntou o porque dele ter saído de uma particular e ido para uma estadual. Meu filho foi sincero e disse que estava com dificuldades, nesse momento, então, ela olhou para meu filho e disse: "Aah, é porque escola estadual passa, né??!!" E logo depois falou assim para os outros alunos: "Olhem, se vocês virem um garoto sair de uma estadual e ir para outra estadual no meio do ano é porque foi expulso. Se um garoto sair da particular e ir pra estadual no meio do ano é porque vai repetir!", em tom de deboche, querendo mostrar pro meu filho que ele estava errado. Bem, depois meu filho me contou o que acontecia lá: a professora de matemática teve que fazer uma cirurgia e veio somente dar aulas em 4 dias letivos dentro de 3 meses, tempo que eu acho insuficiente para alguém aprender algo. No lugar dela, raramente vinha uma substituta que tinha em torno de 19, 20 anos, ela ia lá somente para não deixar a sala sozinha, pois nunca ensinou nem passou atividade alguma, talvez uma ou duas vezes. A professora de inglês, dentro desses 3 meses, apareceu em 3 dias letivos, e chegou a ser corrigida pelo meu filho, pois dava explicações erradas e não conseguia pronunciar nem uma palavra simples como dog ou house em inglês. Meu filho ficou apenas um trimestre nessa escola, mas mal deu para contar as aulas que ele teve... 

Bem, chegando ao final do ano, ele foi reprovado por motivos desconhecidos, como em português, onde ele tem todas as atividades do bimestre vistadas, e na única avaliação que a professora passou ele tirou nota azul. Os trabalhos que eles passavam nessa escola eram pesquisas feitas na internet, digitadas em editores de texto, e algumas sequer pediam conclusão do aluno. Quando a coordenadora foi questionada por mim o porque de meu filho ser retido, sendo que até pessoas que não sabem ler passam de ano na estadual, ela disse: "É verdade, até pessoas analfabetas passam, mas pelo menos elas se esforçam, diferente de seu filho que saiu de uma escola particular somente para passar de ano". Ou seja, ela mesmo admitiu que meu filho foi reprovado intencionalmente e que as escolas estaduais são tão ruins que até pessoas analfabetas terminam o ensino médio.

Comentários

Anônimo disse…
Será que o Fantástico e a TV Globo aceitariam o desafio de acompanhar o di a dia desta escola?
Giulia disse…
Boa, Mauro! Vou passar para eles. Aliás, ainda estão me devendo um vídeo do ano 2001 que cansei de pedir.
Glória Reis disse…
A escola pública sempre me faz lembrar os versos do nosso poeta Castro Alves

Dizei-me vós, Senhor Deus,
Se eu deliro... ou se é verdade
Tanto horror perante os céus?!...
Giulia disse…
Glória, vivemos numa sociedade sem qualquer senso crítico: a própria escola pública difamando a si mesma! E ninguém se dá conta desse absurdo.