A escola TABU, a série - Número 3


O relato a seguir é de uma mãe cuja filha adolescente foi expulsa da escola, junto com mais 4 meninas, por terem feito uma brincadeira de mau gosto na Internet. Esclareço que essa brincadeira não acarretou vírus em computadores ou qualquer dano grave a ninguém. Algo muito mais "light" do que a comunidade do Orkut "Professoras Assassinas", que só foi desativada depois que nós lutamos arduamente para isso, denunciando "educadores" que sugeriam aos seus colegas, por exemplo, colocar maconha na mochila dos alunos para incriminá-los e se livrarem deles...

Brincadeiras adolescentes, antigamente, eram tratadas de forma pedagógica, mas hoje a escola expulsa os alunos, pois não há interesse em EDUCAR: a prioridade é se livrar do aluno que, de alguma forma, incomoda a buRRocracia vigente. Essa história acabou como sempre: sem conseguir enfrentar o autoritarismo da rede, as alunas mudaram de escola - se é que alguma delas já não evadiu, pois seu histórico escolar já foi "manchado" pela ocorrência.

Preste bem atenção nos detalhes informados pela mãe: a escola impediu a presença do Conselheiro Tutelar na reunião de Conselho de Escola e, antes mesmo do julgamento/expulsão consumado, a Diretoria de Ensino de Suzano já tinha definido as escolas para onde as adolescentes seriam enviadas...
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Nós pais recorremos ao conselho tutelar, fizemos uma declaração de tudo o que ocorreu no Conselho de Escola, todas nós assinamos (5 mães), o conselho tutelar nos disse que iria fazer uma representação junto ao juiz da Infância e Juventude, isso na quarta-feira 15/10/2008. O conselheiro tutelar foi impedido de participar da reunião do conselho de escola, pois, segundo a diretora, ele deveria ter avisado por escrito 24 horas antes. Existe essa norma?

No outro e-mail esqueci de dizer que, quando as adolescentes foram julgadas e o veredicto foi a tranferência compulsória, a diretora já tinha em mãos a lista das escolas para cada adolescente num papel timbrado da diretoria de ensino-região de Suzano, datado de 06/10/2008, assinado pela assistente de planejamento. É correto, antes mesmo de ter sido marcada a reunião do conselho de escola, já ter as transferências prontas?

A escola que transferiu minha filha foi a EE Carlindo Reis, ela foi mandada para a escola Olzanetti Gomes, eu fui para lá e logo de cara uma secretária veio me falar as regras e disse que essa escola não toleraria nada, peguei a relação dos documentos necessários para matricula, voltei lá na quinta-feira com todos os documentos, ficou tudo certo para minha filha começar a estudar, mas na sexta-feira a escola Olzanetti me ligou dizendo que eu teria que voltar na Carlindo Reis pegar a transferência, pois não dava pra colocar minha filha no sistema sem a transferência. Hoje minha filha não foi à escola, eu não gostaria de ter que voltar no Carlindo Reis, onde fui muito humilhada e constrangida. Minha filha está fora da escola desde o dia 08/10/2008, sou obrigada a ir no Carlindo Reis pegar essa transferência? Por que a escola Olzanetti não pediu esse documento antes? A diretora do Carlindo Reis falou assim sobre as nossas filhas: se fosse minha filha eu matava...

Estamos tendo um grande auxílio por parte do conselho tutelar de Ferraz, porém queremos recorrer a todos orgãos quantos forem possíveis, ficamos muito aliviados por saber que existem pessoas que como vocês buscam a justiça, agradecemos toda essa atenção e respeito.

Comentários

Anônimo disse…
Olha mãe! eu não quero aqui desencorajar ninguem acerca desta luta que julgo ingloria !! sou pai de aluno severamente injustiçado por todos ! quando digo por todos incluo, desde da escola ate o poder publico que nos deixou, e por pouco não seriamos condenado se não tivessemos conseguido de imediato um advogado que graças a deus nos defendeu muito bem,!
Mas isso, veja bem! não é motivo de desolamento, não devemos nos esmorecer, porque um dia, alguem vai dizer: "OQUE MEUS PAIS FIZERAM POR MIM?"...A luta continua !!
Anônimo disse…
Mas afinal, porque elas foram transferidas?

E a escola tem a obrigação de fornecer a transferência da menina (documentação das notas e faltas), no momento que ela foi encaminhada para matricular-se em outra escola.

A escola não quis fornecer ou os responsáveis não foram na secretaria pegar?
Anônimo disse…
Se fosse eu o prejudicado teria impetrado ação de danos morais e ação civil criminal contra os pais.
Já fiz isso quando fui xingado e ganhei. Os pais estão pagando serviço alternativo.
TOOOOMEM!
Obrigado!
Anônimo disse…
Em que consistia esta bricadeira de mau gosto?
Anônimo disse…
Uma diretora implicar com o aluno por causa do cabelo e denegrí-lo perante seus professores e colegas é imperdoável e ainda tentar expulsá-lo por causa disso, me parece caso de polícia, já que se trata claramente de discriminação. Os diretores e professores agem assim porque sabem que não vão sofrer qualquer punição e as autoridades preferem ignorar as denúncias porque morrem de medo dos sindicatos e uma possível greve da corporação com a consequente perda de votos numa próxima eleição, se tentarem aplicar qualquer sanção. Já que as autoridades educacionais preferem esconder a cabeça debaixo da areia temos que recorrer diretamente à justiça comum, ministério público, etc. É o futuro desse país que está em jogo, precisamos assegurá-lo já, defendo nossos jovens valiosos e punindo severamente os ditos educadores que ainda agem como estivessem na época da ditadura.