Troféu Coragem


Na caixa de comentários do último post está uma mensagem muito significativa que nos fez “cair a ficha”: já criamos o Troféu OH para homenagear os bons profissionais da educação, criamos o Troféu Anta para “premiar” autoridades incompetentes ou omissas, mas nunca oferecemos uma homenagem para aqueles que são a razão da existência deste blog: os pais, alunos e membros da comunidade que enfrentam corajosamente perseguições e represálias para mostrar a realidade em que vivem. Este primeiro Troféu Coragem vai para você, Fabiana, irmã da aluna de São João da Boa Vista que foi vítima de uma sórdida conspiração armada pela diretora da escola. Mesmo morando em outra cidade, você teve a coragem de nos encaminhar a denúncia e, mesmo após um ano de sofrimento, isso permitiu que sua irmã possa hoje freqüentar a escola de cabeça erguida. Este troféu é também merecido por ela, Francieli, que passou por depressão profunda após ter sido expulsa injustamente da escola, mas resistiu e enfrentou corajosamente as calúnias, a discriminação de toda a comunidade e um juiz no tribunal, que finalmente a inocentou. Mas não poderíamos esquecer de sua mãe, Dirce, pois na verdade foi ela quem decidiu levar em frente toda essa luta, mesmo sofrendo de grave cardiopatia.
Fabiana, Francieli, Dirce, recebam este primeiro Troféu Coragem, na forma de um pequeno pássaro que não se furta de cantar a verdade.

Segue a mensagem da Fabiana, da caixa de comentários:

Se a diretora foi capaz de levar a aluna para um tribunal (de verdade) não é brincadeirinha de criança, por causa sim de uma lixeira de um real. Com quatro pessoas para testemunhar em falso... Se não encontrássemos um juiz sensato capaz de notar de cara a armação, ela bem poderia ir sim para a FEBEM, e esse era o maior medo de minha mãe. E as coisas que a Giulia colocou aqui são verídicas, eu a procurei e contei toda a história que estava acontecendo.

Difícil acreditar? Pode ser. Tem pessoas que vivem a ilusão de um mundo perfeito e de que professores e diretores são o bem maior da humanidade. Que pena, anônimo, que seu mundinho não seja real, mas é de ficarmos abismados mesmo com o que acontece dentro de uma escola publica sem ter ninguém para fiscalizar.

Fabiana, irmã da aluna que denunciou aqui no EducaFórum em abril de 2007 e teve o caso resolvido com apoio e auxilio da Giulia e demais que se esforçam por uma escola publica de qualidade.

Santos-SP

Comentários

Anônimo disse…
E parabéns ao EducaFórum que teve solidariedade, competência, força e, principalmente, esperança, para fazer com que mais este triste episódio de violência da escola pública terminasse com o mínimo de justiça. Digo o mínimo, porque o que houve já foi uma grande e cruel injustiça com a menina e sua família.
Giulia disse…
Obrigada, Glória, foi uma luta insana, nós em São Paulo, a aluna em São João da Boa Vista, a irmã dela em Santos e o outro irmão que também ajudou em Campinas...
Mas você falou certíssimo: foi o mínimo de justiça, pois demorou um ano para a aluna ser inocentada e na verdade o que ajudou foi o processo infame que a diretora moveu contra a menina. Se a aluna não tivesse sido chamada à frente do juiz - que teve uma atuação rara e nobre, preocupando-se realmente em apurar os fatos - até hoje essa garota seria chamada de incendiária por toda a cidade, que é pequena como um ovo e onde a diretora é considerada uma "santa"!
A situação continua extremamente grave, pois a diretora não foi punida e continua na escola. O juiz disse aos alunos mentirosos que se fossem maiores de idade os prenderia por perjúrio, mas a diretora, que no mínimo não apurou os fatos e no máximo obrigou os alunos a testemunhar em falso, continua bela e formosa "dirigindo" a escola. É mole???
Ricardo Rayol disse…
esse é um dos casos mais bizarros que já li.
Anônimo disse…
Parabéns pelo troféu coragem Fabiana.
Se a justiça proferiu a sentença é porque vocês estavam cobertos de razão e com certeza este blog fez sua parte na ação.
Parabéns Giulia e todos os demais participantes desta ação.
Quando se lida com SER HUMANO temos que ter muito dissernimento e cuidado, quando se trata de criança e adolescente, isso fica duplicado.
Andarta-Diretora de Escola
Giulia disse…
Pois é, Ricardo, esse caso "bizarro" só veio a público e pôde ser resolvido porque a família não se conformou com a injustiça. Na verdade o que aconteceu foi o seguinte: a escola, incapaz de manter a disciplina, resolveu buscar um bode expiatório e esse papel coube à menina. A diretora não só não apurou os fatos, mas gostou das denúncias "anônimas", porque aluno inteligente e contestador o sistema gosta de expulsar mesmo. Essa menina é talvez a melhor aluna da escola e incomodava inclusive os colegas, que acharam ótimo ela ter sido acusada.
E isso virou uma bola de neve.
Agora, imagine quantos casos como esses acabam sendo abafados porque nem os pais nem os alunos agüentam a pressão e acabam aceitando a expulsão!...
Foi por isso que homenageamos essa família, um exemplo a ser seguido. Mas a barra que eles seguraram foi bem pesada!
Anônimo disse…
DONA SONIA E FABIANA .
SERIA MUITO BOM SE ALGUM MEMBRO DO EDUCAFORUM ACOMPANHASSEM VOCÊS.
SABE COMO É!
DANIEL NA COVA DOS LEÕES.
ATÉ HOJE EU NÃO VI RESPOSTAS DA MINHA PERGUNTA, DONA GIULIA.
Giulia disse…
Oi, Luiz Donizete, desculpe, mas não lembro da sua pergunta. Eu acompanhei as mães duas vezes à SME, mas não pude ir às reuniões da EMEF porque elas costumam ser marcadas durante o dia, não à noite, como deveriam ser as reuniões para os pais de alunos, que trabalham, né? Dependendo do horário, poderei ir. Mas qual é mesmo a sua pergunta? Você faz parte do quadro docente da escola? Gostaria que você se identificasse, por favor (só o seu nome não me esclareceu se você tem algum papel nessa história).
Independentemente disso, não acho que a Luz Marina e a outra funcionária sejam "leoas", eu as conheci e me parecem ovelhas lambe-botas de quem realmente manda lá dentro. Só que ainda não descobri quem "realmente manda", pois ninguém dá a cara para bater a não ser essa Luz Marina, que não consegue responder coisa com coisa, além de dizer que "tudo está nos conformes"...
Veja: uma escola onde se exibe "Tropa de Elite" para uma turma de sexta-série, onde as aulas vagas estão demais, onde a sala de leitura está fechada há três anos, onde os alunos fritam porque os ventiladores estão quebrados e as cortinas rasgadas, onde as mães do Conselho não têm acesso ao interior da escola, onde os alunos são perseguidos a bel prazer, é uma escola que está "nos conformes"?...
Anônimo disse…
Gente,

Por favor, me esclareçam uma coisa, pois às vezes fico meio perdido:
Em novembro/07, a escola recebeu uma verba do PTRF, e em conselho ficou determinado algumas coisas para serem feitas dentro da escola, como por exemplo a reforma e compra de ventiladores. Mas, até a data de hj, nada foi feito e nem consertado.
Na última reunião de conselho, uma conselheira cobrou da Sra. Maria do Socorro, a diretora, esses ventiladores e a mesma disse que só não fez pq não tinha verba, e que agora chegou verba do PTRF e vai dar pra fazer.
Pergunta: Ué!, Se não tinha verba em nov/07, pq o conselho decidiu por fazer algumas coisas nesta época (estava o conselho contando com o ovo no ...da galinha).

Mas, que tinha a tal verba, isso tinha. Mas, nada foi feito!
O que fizeram com ela???????????
Não tem que ser feito o que o conselho determina??????????

Um professor(a) que está de olho bem aberto
Giulia disse…
Professor, cadê o acerto de contas??? Não é pra nós que tem que pedir isso, é pra diretora!!!
Pelo jeito você está com um olho aberto e outro fechado...
Por que essas mães têm que lutar sozinhas dentro da escola? Eu acho que vocês professores do Imperatriz não tinham o direito de perguntar nada, pois só cochicham pelos cantos e não se identificam. Francamente, acredito que sejam leva-e-traz da diretora...
Regina Milone disse…
Passei rapidinho por aqui só pra dar também os meus PARABÉNS a vcs!!
Beijos...