Ainda números - A escola que "expulsa"

Que escola é essa que não consegue alfabetizar 40 % dos seus alunos em 4 longos anos? (quarenta por cento dos que não foram excluídos antes e chegaram a quarta série pra fazer o exame!)Que escola é essa que expulsa quase metade de seus alunos num periodo de 4 anos??????!!!!!!!!!!!!!!
Aí vão mais uns números estarrecedores da educação no Brasil.
Eles refletem exatamente o que há anos estamos apregoando: o aluno é desrespeitado, sofre preconceito diretamente proporcional a seu nível social e é literalmente EXPULSO das escolas pelos professores que deveriam orienta-lo no caminho do Saber! Não existem 40% de alunos incapazes de aprender! Isso é pura incompetência e descaso de quem deveria ensiná-los! Não dá mais trabalho ensinar bem ou mal por isso não acredito que isso esteja ligado ao salário mas a própria predisposição dos professores!
Eu moro na periferia, eu conheço essas histórias de perto!
Acreditam que outro dia uma professora de uma escola disse que o controle da frequencia dos alunos não era uma obrigação da escola... Quando lhe foi mostrado o que está escrito no ECA essa (que talvez merecesse o troféu ANTA2") respondeu: "Mas aqui está escrito do dever do Estado ... não da escola!" Fiquei imaginando que como ela tem muito professor que não consegue perceber que nesse caso o Estado é ele próprio! Acho que é por isso que ficam esperando vir do "Estado" alguma solução e não fazem NADA pra mudar essa situação:
09/08/2006
Exclusão ainda é marca da educação no Brasil, diz Ipea
ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online, em Brasília
A exclusão social ainda é uma marca no sistema educacional brasileiro, embora o país já consiga fazer com que todas as crianças entrem na escola. A análise faz parte da segunda fase do estudo 'Brasil - O Estado de uma Nação', divulgado hoje pelo Ipea(Instituto de Política Econômica Aplicada).
Dos que entram, 84% concluem a 4ª série e 57% terminam o ensino fundamental. No ensino médio, o índice de conclusão é de apenas 37%.
O estudo destaca que a exclusão atinge a população com menos recursos. Na primeira série, cerca de dois terços dos estudantes vêm de segmentos mais pobres da população. Já no ensino superior, menos de 5% têm essa origem.
Apesar da exclusão, o Ipea destaca a expansão do ensino básico, que já está próximo da universalização, o crescimento do ensino superior. Para que esse processo tenha continuidade, sugere o investimento em qualidade, sobretudo no ensino de nível básico, e a expansão do ensino médio.
De acordo com o estudo, a má qualidade no sistema educacional vem da necessidade da entrada prematura da população no mercado de trabalho. Isso leva a, mais tarde, parte dessa população procurar programas de educação e treinamento.
O Ipea lembra Sistema de Avaliação do Ensino Básico classificou a metade dos alunos da quarta série como incapazes de ler um texto relativamente simples e que isso significa mão-de-obra inabilitada para operar em uma economia moderna, lembrando que a renda será determinada pelo investimento em educação.
Nível superior
No caso da população universitária, o destaque é que ela passou de 1,4 milhão em 1980 para 4,2 milhões.
O crescimento do número de vagas oferecidas foi de 64%, no setor privado, e de 56%, no setor público, mas ainda há uma demanda represada.
Para o Ipea, o crescimento dessas vagas no setor privado está ligado à burocracia para a autorização de funcionamento de cursos; à preocupação com um crescimento desordenado da educação privada; e ao medo de competição de novas escolas particulares.
Outro ponto é a demanda. Entre os 40% mais pobres, praticamente inexiste demanda para o ensino superior (público ou privado).Já as novas vagas por meio do setor público acarretariam em um investimento elevado. Hoje, esse gasto representa 0,82% do PIB (Produto Interno Bruto).
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Vera Vaz

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