A nossa amiga Cristina Valero (leia sua denúncia arquivada no mês de junho) nos indicou a leitura de entrevista com o economista Gustavo Ioschpe, publicada na revista IstoÉ. Trata-se de uma visão de como a política educacional brasileira privilegia a elite e prejudica o resto da população, a ponto de comprometer o desenvolvimento de todo o País, que está "perdendo o bonde da história". Todo ano, milhões de jovens não conseguem completar o ensino básico, enquanto os filhos da classe média alta recebem um carro de presente ao passarem no vestibular das universidades públicas, como reconhecimento da família pela economia durante os anos de faculdade... Esta seria, de acordo com o entrevistado, a maior prova da desigualdade promovida pelo sistema educacional. Algumas colocações do entrevistado são bastante polêmicas e convidam à reflexão. Confira a entrevista no site da IstoÉ www.terra.com.br/istoe/ edição nº 1877, de 05/10. O título é EDUCAÇÃO E DESIGUALDADE.
Comentários
"Os professores da rede pública falham em testes básicos de competência pedagógica. Mas eles se recusam a admitir essa ignorância", disse ele numa outra entrevista. Pensar que temos tanto caminho pela frente para acontecer alguma mudança...
Ioschpe – Na área de educação, o que é de esquerda, na verdade, é de direita e o que é de direita, na verdade, é de esquerda. Ou seja, a elite intelectual de esquerda defende programa educacional que é concentracionista, elitizante e que privilegia o aumento da desigualdade de renda. As pessoas fazem de conta que não há uma ligação entre dinheiro gasto em uma universidade e dinheiro gasto no ensino básico. Mas recurso público é um só, vem todo dos impostos. Historicamente, seja qual for a tendência ideológica, governos privilegiam os níveis educacionais que favorecem a elite (a universidade pública), já que é onde está o poder político e econômico. Por isso, a solução da questão educacional tem de ser uma iniciativa da sociedade.
bjs para vc, Giulia e Vera