Há anos batemos na tecla da importância da educação infantil
PARA TODAS AS CRIANÇAS. Aqui em São Paulo o déficit de vagas deve superar 130
mil, mas, quem confia em números, em um país que não investe em estatísticas? É
possível que haja muito mais crianças fora da educação infantil, em São Paulo.
Já cansamos de repetir que as crianças que entram no ensino
fundamental sem base anterior costumam estar em desvantagem, inclusive porque a
maioria dos professores não são alfabetizadores competentes e seu trabalho não
se baseia em estimular a curiosidade natural da criança, mas na ineficiente
cópia/decoreba, instrumento consagrado pelos governos que pretendem manter seus
povos no analfabetismo. O Brasil é um dos campeões mundiais de analfabetismo
funcional, o que confirma esta teoria.
Uma educação infantil de qualidade é portanto um grande
diferencial na vida escolar de toda criança. Como ficam então os milhares de
crianças que nem mesmo têm acesso a essa modalidade, sendo que os pais são
obrigados a “matriculá-las”? – mais um contrassenso tupiniquim...
Desde o início do ano estamos tentando obter da SME
informações claras sobre a matrícula de alunos nas creches e EMEIs da
prefeitura de São Paulo, estivemos inclusive pessoalmente na Secretaria, mas as
explicações não convencem. O caso da menina Sarah foi resolvido, ela já está matriculada,
mas parece que tudo ocorre como “passe de mágica”. Depois disso, enviamos à SME uma troca de e-mails
com outro pai, que inclusive comprovou a flutuação inexplicável da posição de
sua filha no ranking das inscrições, da seguinte forma:
No dia 4 de fevereiro
a criança estava na 12ª posição.
No dia 6 de março sua
posição era a 57ª, ou seja, 45 crianças haviam entrado na sua frente!
No dia 01 de abril ela estava na 2ª posição.
Foram dadas
explicações nebulosas para justificar essa flutuação, que não convenceram em
absoluto, e - o que é pior – mesmo estando em segundo lugar no ranking das
inscrições, essa criança continua fora da escola... Ainda por cima, a pessoa com
quem estávamos em contato na SME entrou de férias e ninguém está nos
respondendo no lugar dela. Nosso pedido de reunião com o Secretário Cesar
Callegari não foi aceito nem negado, simplesmente ignorado... Como interpretar
toda esta situação? Crianças seriam apenas números???
Comentários