Imagine uma menina de 6 anos, superdotada e plenamente alfabetizada, obrigada a cursar o 1º ano para "aprender" o beabá...
Imagine agora o pai dessa menina, calmo, modesto e conhecedor de seus direitos, que em nada se vangloria dos dotes intelectuais da filha, apenas gostaria que ela tivesse uma vida escolar tranquila e satisfatória. Não está sendo possível.
No ano passado, a família mudou de residência e não conseguiu vaga para que a filha pudesse completar a educação infantil. Por esse motivo, uma questão "legal" impediria que ela possa cursar o 2º ano, apesar de ter feito na própria escola uma bateria de testes de aptidão, nos quais teve 100% de acertos.
A escola não pôde portanto negar que a criança está apta para o 2º ano, o que foi inclusive atestado por uma supervisora de ensino. Mas a tal questão "legal" continua impedindo a reclassificação da aluna.
O problema se complicou quando ela começou a ser perseguida na escola e uma funcionária a arrastou violentamente pelo braço escada acima, para submetê-la ao constrangimento de sentar numa classe de 3º ano, dizendo-lhe que esse era o lugar dela, já que estava "adiantada". Após esse dia, a menina, que parou de usar fralda com um ano de idade, começou a fazer suas necessidades na roupa...
É claro que ela não quer voltar à escola, está faltando às aulas e os pais estão preocupados, não apenas com a saúde da criança, mas com a ameaça do Conselho Tutelar, que sabe-se, está aí para dizer amém à escola e culpar a família de "desestruturação".
Tudo isso está acontecendo... adivinha! no Estado de São Paulo, o mais autoritário do país, aquele onde o sistema educacional fica à vontade para interpretar a lei a bel prazer. A escola é a EE Rev. Prof. Manoel da Silveira Porto Filho, que pertence à DE Sul 2. O prezado Reverendo Professor estaria se revirando no túmulo? Ou talvez o pai dele?...
Além de entrar com pedido de reclassificação da filha logo no início do ano escolar, os pais da menina procuraram a Diretoria de Ensino SUL 2 e o Conselho Estadual da Educação, onde conseguiram agendar uma reunião para a próxima 6ª feira.
Hoje, 4ª feira dia 16 de maio, o pai da aluna esteve conosco na Subsecretaria de Articulação Regional da SEE, onde o Prof. José Benedito convocou a dirigente Maria Lígia, da DE Sul 2, a explicar o motivo pelo qual a aluna não foi transferida para o 2º ano, apesar dos testes realizados com perfeição e do parecer positivo da supervisora de ensino.
A resposta foi a mesma que esse pai tem ouvido de todas as instâncias já procuradas: a criança completa 7 anos apenas em setembro e não cursou o último estágio da educação infantil. O argumento de que todas as escolas do bairro, inclusive o inatingível "Ceu", negaram a vaga não foi suficiente para reverter o quadro.
Considerando que o assunto agora é da alçada do Conselho Estadual da Educação, o Prof. José Benedito sugeriu ao pai da aluna que levasse ao CEE, na sexta-feira, todos os testes da menina e, se possível, um laudo psicopedagógico que ateste a superdotação da filha e o trauma psicológico que está vivendo. Na opinião do professor, o CEE poderia assim abrir um precedente que daqui para frente favorecesse não apenas essa criança, mas as demais que se encontrassem na mesma situação.
Tudo o que você leu aqui é a mais absoluta verdade: folheamos todos os testes feitos pela aluna, vimos o parecer da supervisora e o recurso protocolado pelos pais no CEE, contendo artigos da Constituição e da LDB que justificariam a reclassificação da aluna. Saímos da Subsecretaria com a clara sensação de que o país, além do alto nível de exclusão de alunos ditos normais, joga seus melhores cérebros no lixo.
Se for verdade que a legislação "não abre brechas" para a reclassificação de um aluno superdotado, trata-se do típico caso em que a lei desserve ao cidadão e ao próprio país. Você tem mesmo certeza de que não vive num estado totalitário?
Voltaremos a contatar o Prof. José Benedito na própria 6ª feira, após a reunião no CEE. Segue, em outro post, o resumo dos demais assuntos tratados hoje na Subsecretaria.
Comentários
Falou muito bem, nem parecia a primeira vez que falava diante de um microfone.
Deixei recado para a Fabíola Cidral e vou colocar mais duas na Bandeirantes. Eles podem atá não divulgar, mas não vão poder dizer que não sabem de nada.
enquanto a maria ligia e sua corja continurem mandando na sul 2 as escolas nunca vão melhorar e a corrpçao vai continuar
Entendí que a Prof.Ivana e a Prof. Neide eram do Conselho Estadual e que me receberiam na sala 20.
Não era nada disso.
Ela quer me ajudar mas não quer resolver o problema da aluna ?
Bem, difícil me ajudar.
O que eu quero mesmo é saude e ganhar sozinha na mega sena acumulada, o resto eu compro....
A reunião demorou menos de 5 minutos, levantamos e saimos andando, de lá protocolei uma cartinha para o José Benedito contando o que aconteceu, assim em rápidas pinceladas.
De lá fui direto para o Palácio do Governo e protocolei um documento lá, esse redigido pelo Claudemir, bem explicadinho...
Foi isso...
Quarta a gente dá outra cacetada neles.
Uma hora vão cansar de levar cacetada.
O meu texto,Conosco Ninguém Podosco está no site oficial de Itu...