A escola tabu nº 51 - Quadrilha na escola!

Estamos acompanhando o caso dos dois alunos expulsos por aquela diretora que os chama de "vagabundos", usa expressões como "antro de merda" e costuma expulsar alunos até por usarem boné. (Pois é, sabemos que você duvida disso, rs; não faz mal, continue acreditando em contos da carochinha...) Leia o histórico desse caso clicando aqui. A escola é a EE Luiz Galhardo, em Campinas, cuja nota no IDESP anda despencando de um ano para outro, veja: 

Ensino Médio
IDESP 2009 = 1,96
IDESP 2010 = 1,64
IDESP 2011 = 1,59

(Consulte o IDESP da sua escola clicando no link "Consultas", na barra superior do blog)

Um dos dois alunos foi expulso por fazer uma brincadeira imitando a grosseria da diretora da escola; o segundo, apenas por estar ao lado do outro naquela hora e por questionar a expulsão, que foi sumária, como pode ser facilmente comprovado, já que o fato ocorreu no dia 29 de março e após essa data os alunos foram impedidos de voltar às aulas. O aluno que fez a brincadeira, sendo menor de idade, foi praticamente obrigado pela mãe a aceitar transferência compulsória para outra unidade, pois a diretora havia decidido que nessa escola nenhum dos dois ficaria, enquanto ela estivesse no poder. O outro aluno, maior de idade, nos procurou e pediu ajuda, inconformado com a expulsão sumária e injusta, já que ele sequer havia participado da brincadeira. Aluno trabalhador e com boas notas!

Quando levamos o caso à Secretaria da Educação, no dia 11 de abril, fomos orientados a entrarmos em contato com o próprio Dirigente de Ensino de Campinas, Prof. Admir, que seria uma pessoa "fina e ética". Enviamos e-mail e pedimos ao Prof. Admir que recebesse o aluno, a fim de que pudesse expor seus argumentos, já que foi ofendido, constrangido e humilhado pela diretora, que chegou a chamar a polícia para assustar os alunos e garantir que não voltassem para a escola após a sumária expulsão.

O Prof. Admir nos pareceu mesmo solícito, pois respondeu imediatamente ao nosso e-mail, prontificando-se a receber o aluno e a ouvir seus argumentos. No entanto, recebemos ontem mensagem do aluno, informando que o Prof. Admir não permitiu sua reintegração à escola, argumentando que o Conselho de Escola havia se reunido e deliberado que não retornasse. Essa mesma informação os dois alunos já haviam recebido anteriormente na Diretoria de Ensino de uma pessoa chamada Neuza (que não se identificou - afinal, aluno é ninguém numa DE, precisa saber com quem está falando?...).

O aluno argumentou com o Prof. Admir que já havia recebido essa resposta e que não achava justo sua expulsão ter sido confirmada pelo Conselho sem sua presença, então o dirigente respondeu que até poderia pedir para convocar o Conselho para uma nova reunião, mas QUE A DECISÃO NÃO SERIA ALTERADA, HAVERIA APENAS MAIS EXPOSIÇÃO E CONSTRANGIMENTO para o aluno. Por esse "motivo", o aluno sentiu-se obrigado a aceitar a transferência compulsória em outra escola. Isso, APÓS TER PERDIDO MAIS DE 20 DIAS DE AULAS!

Agora o assunto tomou proporções inaceitáveis: SE UM DIRIGENTE DE ENSINO TOLERA QUE UM CONSELHO DE ESCOLA DELIBERE O AFASTAMENTO DE UM ALUNO SEM AO MENOS CHAMÁ-LO A DEPOR, ESTÁ TUDO PERDIDO!!! O modelo de "tribunal de exceção", supostamente criado pela Secretaria da Educação para "moralizar as escolas", não se preocupa sequer em convocar o "réu" nem providenciar "advogado de defesa"???

É por essas e outras que achamos O CÚMULO DA HIPOCRISIA a educação brasileira impingir ao aluno do ensino médio aulas de "filosofia" e "sociologia". Qual a ÉTICA que o professor de filosofia dessa escola enxergaria na manobra sórdida da diretora se livrar desse aluno inteligente e questionador? E como é que o professor de sociologia desse aluno definiria um grupo de pessoas que se reúnem no Conselho de Escola para burlar a Lei e a Constituição, que garantem ao aluno acesso e permanência na escola? Não seria UMA QUADRILHA???

Comentários

JOÃO ! disse…
Muito boa sua postagem, é realmente insuportável ter que admitir que nossos alunos, futuro de nossa nação, desenvolvam em um ambiente onde suas próprias leis de conduta são descaradamente ignoradas, é muita hipocrisia!
espero que o Aluno possa retornar pra escola, da qual foi EXPULSO, fazendo valer o direito minimo do aluno que é permanecer na escola !

QUE A JUSTIÇA SEJA FEITA, E QUE OS INJUSTOS NÃO SAIAM IMPUNES DESSA PALHAÇADA !

.
Giulia disse…
Como você diz, João, é insuportável! Nós trabalhamos porém num "corpo a corpo" com a Secretaria da Educação, então muitas vezes o que o aluno pede não é o melhor para ele. Neste caso específico, o aluno está no 3º ano do Ensino Médio, portanto está terminando o curso e descobrimos que a escola onde ele estava matriculado é uma das piores do Estado. Você pode ver o índice IDESP que publicamos no post: vale a pena um aluno inteligente como esse estudar numa escola que não chega a nota 2???

A escola para onde esse aluno foi transferido - INJUSTAMENTE, concordo com você! - é por acaso muito melhor do que a que o expulsou! Também pudera, com uma diretora dessas, daria para ser diferente? Então estamos mesmo torcendo para ele não bater o pé e querer voltar para essa escola tão ruim, entende? Vamos continuar esse bate-papo, está bem legal.
Wellington Alcantara disse…
Por que será que achei o caso tão familiar? E o final ambos conhecemos também certo, Senhora Giulia? Uma falta de respeito, não apenas com um, mas com MUITOS brasileiros.
Giulia disse…
Oi, Wellington, que prazer receber notícias suas! Como você vê, tudo continua como antes no quartel de Abrantes, rsrs... Ainda bem que esses casos pontuais conseguimos resolver. E os alunos que se calam, por medo ou ameaça? E os pais que dão razão à escola, sem conhecer os fatos, que costumam ser manipulados?