A escola que deseduca IX - Assunto tabu


Nossa série A escola que deseduca está passando em brancas nuvens. Para cada agressão de aluno contra professor, a classe docente retribui com cinco, mas isso não muda a opinião pública brasileira, que vê no aluno um marginal e no professor um mártir. Até hoje, os casos de agressões contra alunos que trouxemos não repercutiram na grande mídia, enquanto o contrário causa sempre grande comoção.

Até mesmo os que enxergam nesse fenômeno uma tentativa de demonizar o aluno não se dão conta dos inúmeros casos de violência física e psicológica cometidos por aqueles que deveriam preservar a integridade das crianças e adolescentes que lhes são confiados. Leiam por exemplo a entrevista do Prof. Júlio Groppa Aquino à psicóloga Rosely Sayão. Júlio Groppa é um dos poucos educadores brasileiros que consideram o aluno algo mais do que um número dentro das estatísticas oficiais. Mesmo assim, ele parece não atentar para as violações que as crianças e adolescentes sofrem dentro da escola. Seguem alguns trechos da entrevista:

Rosely Sayão:
A violência escolar de alunos contra professores explodiu de repente?

Julio Groppa Aquino:
Digamos que se trata de um fenômeno crônico e bem menos alarmante do que a mídia faz crer. No entanto, ele é apresentado bombasticamente e de modo sazonal à população. Sempre em meados e finais de semestres letivos, isso reaparece na mídia. Seja por falta de notícias "elevadas", seja porque esse tipo de notícia "vende bem", o fato é que somos expostos a uma abordagem quase sempre sensacionalista desse tipo de fenômeno, abordagem que se vale, no final das contas, de uma espécie de disseminação do caos. Contra a juventude, é claro. Ou seja, os jovens atuais seriam responsáveis pela derrocada do mundo. Com isso, nos ausentamos todos de nossa parcela de responsabilidade com a construção deste mundo que aí está.


Professor Julio, agradecemos sua defesa da juventude, gostaríamos porém que, pelo menos uma vez, você comentasse esse assunto tabu: a escola que deseduca. Leia aqui:


Comentários

cristina disse…
Bom Dia -Eu tenho 46 anos ,estudo á noite(EJA 2ºano)fui fazer o provão nop dia 03/12/2010 e a profª estava no maior bate papo com a turma da bagunça,e eu não conseguindo me concentrar,pedi para fazer a prova em outro local. A mesma me humilhou disse que eu não era melhor que ninguem,me chamou de "PALHAÇA"várias vezes e se eu não fizesse a prova naquela sala ,estaria com zero. O cordenador me autorizou a fazer a prova em outro local,mas a mesma não permitiu,o que me causou um constrangimento muito grande já que foi na frente de toda a turma.A escola não registrou a ocorrência,e eu fui buscar os meus direitos junto a DRE E OUVIDORIA. AGORA ELES QUEREM QUE EU DESCULPE A PROFESSORA PARA NÃO PREJUDICÁLA,JÁ QUE A MESMA ESTA EM ESTADO POBRATÓRIO.E eu como fico?Por favor me deem uma luz.Obrigada