Perguntar ofende?


Mais um texto genial da nossa amiga Cremilda, tudo a ver com a questão das cobranças ilegais nas escolas públicas e, principalmente, com o "plano de carreira" dos profissionais. Perguntar não ofende, mas a resposta nunca vem!

Se perguntar não ofende...

A função de um Coordenador Pedagógico na escola é a de orientar os professores.

Um professor procurado por roubo e desacato exercia a função de Coordenador Pedagógico na Escola Wilma Flor em São Paulo, Zona Leste. Brigou com a direção por causa de cobrança ilegal de carteirinha. A pergunta que não quer calar: será que ele brigou na hora da divisão do bolo? Impossível ser meio honesto.

Se o professor era sério e estava preocupado com a cobrança ilegal, pois muitas vezes o aluno não pode pagar, ele seria procurado por roubo?...

Ainda na Zona Leste, na Escola Adelaide Ferraz de Oliveira, um professor acusado de uma porção de delitos exerce também a função de Coordenador Pedagógico. Era professor na Escola Octacílio de Carvalho Lopes, onde "aprontou". Com o processo “correndo”, ele foi efetivado... na gestão Alckmin... e depois promovido a Coordenador Pedagógico. Perguntamos então para as autoridades da educação:

Que tipo de orientação dará para os seus comandados um Coordenador Pedagógico que é acusado de roubo, de praticar bullying ou outros delitos? Esse caso da Escola Adelaide Ferraz de Oliveira é o nosso divisor de águas. Até para ser lixeiro exige-se ter “ficha limpa”! Mas, para ser Coordenador Pedagógico, até procurado por roubo serve?

Que critério imoral é esse que a Escola Pública estadual usa? Ela não precisa ser um santuário, uma vez que professor é ser humano... mas nem por isso precisa ser esse antro onde não há nenhuma flor que se cheire. Afinal, que tipo de cidadão ela está formando? A escola pública do Estado de São Paulo redescobriu a lei da gravidade. O mau professor deveria cair... mas na escola pública ele sobe... é promovido...

Quanto pior, maior a promoção. E como ficam os alunos? A gente sabe: na escola pública, os alunos ficam perdendo o referencial de honestidade que levam de casa.

Perguntamos então: como fica o educador? Como fica o professor sério e consciente da sua importância na formação do aluno? Resposta: ou ele se anula e se arrebenta, ou ele acaba aprendendo que escola pública é mesmo uma situação de risco para ele e para e aluno... e se conforma...

Continuamos fazendo perguntas à Secretaria Estadual de Educação... perguntar não ofende!
Cremilda Estella Teixeira

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